Além de ilegal, imoral e cruel, a caça tem afetado drasticamente as populações dos Botos da Amazônia. Há registros de caçadores, especializados em Botos, que matam mais de 20 animais, por expedição, para serem comercializados com ribeirinhos.
Esses golfinhos estão sendo mortos para servirem de isca na pesca de um bagre carniceiro, localmente conhecido por Piracatinga ou Urubú-d’água mas, são vendidos com o nome falso de douradinha, no Brasil, e capaz, na Colômbia; enganando os consumidores. Toneladas de Piracatinga são capturadas anualmente com carne de Boto e o volume desse pescado no mercado brasileiro vem aumentando exponencialmente, nos últimos anos.
O Boto-vermelho ou Boto cor-de-rosa (Inia geoffrensis) é o maior golfinho de água doce do Planeta, pode viver até 50 anos, mas as taxas reprodutivas baixas, o longo período de cuidado parental, aliada a ameaça sem trégua dos caçadores/pescadores ilegais, têm fragilizado a espécie.
Parente próximo dos golfinhos marinhos, o Boto é protagonista do folclore regional e um animal totalmente adaptado à Amazônia, sendo elo fundamental da cadeia alimentar da bacia Amazônica e seus rios colossais.
Mantida a pesca da Piracatinga, estima-se que mais de 2.500 Botos serão mortos em um ano, em algumas regiões da Amazônia, e a espécie poderá desaparecer em um futuro muito próximo.
Estima-se que 2.500 Botos vem sendo mortos todos anos, em determinadas regiões da Amazônia, este número é tão alarmante como aqueles das mortandades de golfinhos no Japão, que causaram tanta indignação.
O Boto é utilizado como isca na pesca de um peixe chamado piracatinga, que no Brasil é comercializado com o nome de douradinha ou pintadinha.